Documentário de Martin Scorsese sobre os Rolling Stones tem estréia mundial hoje.
Hoje, 04 de abril, é a estréia mundial desse que, ao menos para mim, é o filme mais esperado do ano: “Shine A Light”, documentário de Martin Scorsese que retrata as duas apresentações dos Rolling Stones no Beacon Theater, em New York, nos dias 29 de outubro e 1º de novembro de 2006, durante a tour “A Bigger Bang”.
Na pré-estréia, no dia 1º de abril, lá estava eu, pra ver qual é a sensação de ver os Stones no cinema. E posso dizer com todas as letras: É INDESCRITÍVEL. Mas vou tentar descrever... (AHÁ!!!)
Depois de anos e anos tocando em estádios gigantescos, para centenas de milhares de pessoas, ver os coroas tocarem em um teatro, sobre um palco pequeno, sem as pontes e os telões monstruosos que os acompanham há anos, chega a ser mágico. É num show como esse que se percebe que, não importa quantos fogos de artifício estourem nos estádios ao redor do mundo, o forte dos Stones ainda é a música.
“No Direction Home”, documentário sobre a virada da fase acústica para a fase elétrica de Bob Dylan, já deixou claro que a ligação de Martin com a música poderia render muitos outros bons frutos. Em “Shine A Light”, por se tratar de um show, Scorsese não tem controle algum sobre o que acontece no palco. Dessa forma, ele faz mágica na hora da montagem. TUDO que acontece no palco, o espectador acompanha. É impressionante como, mesmo em um show de rock n’ roll, Martin consegue deixar todas as suas marcas, uma a uma.
Terceiro: O CINEMA.
Assistir os Stones em uma tela de cinema é algo ao mesmo tempo entusiasmante e angustiante. Justamente porque os dois sentimentos se completam. Como ouvir a introdução de “Jumpin’ Jack Flash”, com toda a pegada da guitarra de Keith Richards, e continuar sentado, como se estivesse vendo um drama? Em certos momentos, chega a ser desesperadora a vontade de cantar alto. Mas, é cinema...
Quarto: O SET LIST.
A alternância entre clássicos absolutos, tocados em tooooooodas as tours desde que foram lançados, e músicas raramente ou nunca lançadas em discos ao vivo da banda, dá um charme todo especial ao filme. Ouvir (e ver) “Far Away Eyes”, “You Got The Silver” e “Some Girls” com essa qualidade, já valem os ingressos pra umas cinco sessões...
Quinto: AS PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS.
*Buddy Guy*: O braço direito de Muddy Waters, tocando com os Stones uma música de... Muddy Waters. Não há o que comentar. É mágico...
*Jack White*: A força do White Stripes divide os vocais com Mick em “Loving Cup”. Exstem melhores versões dessa música só com Jagger nos vocais, mas não pode se dizer que White estragou a música. Ele dá o seu melhor, e é fácil notar isso. É mais uma questão de gostos mesmo. Eu gostei bastante, mas não foi nada extraordinário.
*Christina Aguilera*: Depois da chuva de vaias que Justin Timberlake ganhou ao cantar “Miss You” em um show dos Stones, pra mim já tinha ficado claro que eles fariam outra coisa do tipo. Os caras gostam de ir contra o que se espera deles. Bom, eu nunca gostei da Aguilera, não vejo graça. A mesma voz, as mesmas músicas e o mesmo estilo de outras 50 que fazem sucesso na gringa atualmente. Mas, com muita dor no coração, confesso que ela até que me agradou em “Live With Me”. A música é perfeita para um dueto, e os dois (Aguilera e Jagger) dão um show no palco. Momento bacana.
Quando você dá o primeiro passo pra fora do cinema, a primeira pergunta que você se faz é “Onde é a bilheteria? Quero ver de novo”. Como era pré estréia, não tive essa chance. Mas hoje, lá estarei de novo. Afinal, “Stones & Scorsese” só acontece uma vez, mas pode ser visto por várias vezes.